Um pouquinho da minha história
Nascida e criada no Rio de Janeiro, eu diria que tive uma vida bem “dentro do script” esperado para uma garota carioca de classe média, até os meus trinta anos de idade.
No “alto” dos meus 22 anos (e da ingenuidade dessa tenra juventude), eu tinha certeza que já tinha toda minha vida resolvida. Tinha um promissor emprego no mundo corporativo e um “amor para chamar de meu”.
Ao longo dos 9 anos seguintes, a carreira profissional fluiu de vento em popa e o namoro virou casamento.
Porém, aos 31 anos de idade, dei-me conta que esse “script” não me fazia mais feliz.Algo faltava e a desconformidade com a vida que eu levava me convidou a dar um “reset” e a começar tudo de novo.
Com toda a dor, tristeza e medo que essas guinadas da vida produzem, me enchi de coragem, larguei a promissora carreira corporativa, terminei um relacionamento de muitos anos e lancei-me num grande e desafiador recomeço.
Ter atravessado esse período tsunâmico me fez compreender a importância de se ter uma mão estendida (minha terapeuta!) para nos ajudar a atravessar os mares revoltos da vida.
Tive a certeza também que, sem um autoconhecimento profundo de quem somos e de porque fazemos o que fazemos, muitas escolhas “óbvias” rumo à felicidade podem ser grandes armadilhas que nos deixam “empacados” em lugares pouco felizes.
A partir daí, a Psicologia entrou na minha vida e nunca mais saiu. Graduei-me como Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Brasil) e encontrei na psicologia clínica o meu lugar profissional.
Casei-me com meu grande parceiro de vida e o maior incentivador da minha jornada psi.
Tivemos duas lindas filhas cariocas e, em 2018, por motivos profissionais do meu marido decidimos deixar o Brasil e vir morar no Chile, onde minha família construiu um novo lar.
A imigração foi um golpe duro para mim, em muitos aspectos.
Foi um “começar de novo, de novo”. Vi-me diante do desafio de reconstruir do zero minha vida profissional como psicóloga clínica, longe da minha rede de contatos, da minha cultura e do meu idioma materno. Senti e sinto a cada dia uma imensa saudade da minha família, amigos, amigas, do clima quente, da praia e da bossa brasileira. Pense em alguém fora da zona de conforto... Bingo! Era eu em 2018...
Mas... como bem diz o ditado “toda crise traz em si uma oportunidade”. E todo esse processo difícil de adaptação (que considero não terminado!) abriu novas portas para meu crescimento pessoal e profissional. Já te explico o porquê.